Archive for Dezembro, 2011

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No Reino de Poseidon | In Poseidon’s Kingdom

16 Dezembro, 2011

Poseidon ou Posídon para os gregos e Neptuno para os romanos. Importante deus do Olimpo. Era o deus dos mares,dos rios,das fontes e da água doce.

Em Lisboa,no centro do Largo Dona Estefânia,há um pequeno lago com uma estátua da divindade empunhando o tridente e tendo a seus pés dois peixes com a boca aberta. Poseidon parece que tinha mau feitio e quando estava enfurecido e queria tempestades usava o tridente para bater nas águas dos mares e partir os rochedos. Mas a literatura mais acessível é omissa acerca da relação que manteve com a maioria dos seus súbditos, os peixes.

 

Embora não seja um praticante da fotografia subaquática seleccionei quatro imagens de seres que vivem em águas doces.

Girinos

Esta é de girinos,não sei se de rã se de sapo,numa poça de água que encontrei no meio de uma estrada florestal em plena charneca ribatejana. Será possível algum destes seres ter sobrevivido com tão pouca água e com a agravante de estar poluída? Mas há outras águas, águas profundas, onde vivem tubarões e outro peixe graúdo que se alimenta do peixe miúdo. Perante condições de vida tão díspares alguém acredita que a crise é para todos?

Peixes

 

Peixes

 

Peixes

As três imagens com peixes enquadram-se num tema que me é caro.Por isso peço que me acompanhem na seguinte analogia com o reino da Europa. A primeira representa os povos do sul.Os governos destes povos com o seu desgoverno e obedecendo a ordens do Olimpo encheram os respectivos países de gorduras balofas. Com argumentos falaciosos sobre economias de escala os países do sul foram instigados por professores celestiais a desmantelar frotas pesqueiras,a destruir olivais e vinhedos,a matar vacas para eliminar a produção excedentária de leite, a receber subsídios para manter terrenos incultos e a não produzir, etc, etc.  Enfim,houve até quem fosse enaltecido por ser bom aluno. A corrupção instalou-se e nunca foi reprimida. Mentes megalónamas fizeram obras públicas faraónicas sem qualquer controlo orçamental. Esses responsáveis continuam impunes. Quase todos usam suspensórios e por isso dizem aos pobres, aos reformados e aos desempregados que para saír da crise (por eles criada com a ajuda da banca e dos paraísos fiscais) é necessário apertar os cintos.

Estes países que agora estão falidos e endividados precisam,como pão para a boca,da ajuda dos deuses da Bruxelândia. Mas este reino,onde funciona o núcleo duro do Olimpo, está agora submetido aos interesses de dois Poseidones. Um é pequenino, irrequieto e fraco dançarino. O outro mudou de sexo mas continua a usar vestes masculinas. A dupla é matriarcal.Pois este par de Poseidones que sempre prometeu um reino unido europeu quer agora, segundo dizem as más línguas, desunir a União criando um reino dos países ricos com um turbo-euro e abandonar os países pobres do sul para que estes se governem com um eurocaracol.

Se isto for verdade e vier a acontecer não tenhamos dúvida que a segunda imagem representa o reino do euro vertiginoso e a outra, a negra, a do euro baboso.

Estes novos Poseidones que com os seus tridentes fazem tremer o peixe miúdo de certo que não esperam que lhes coloquemos coroas de ramos de pinheiro como faziam aos vencedores dos antigos jogos em sua honra. Se é para viver na escuridão e na miséria como nas catacumbas nada mais resta aos degradados senão cerrarem fileiras frente aos ataques dos senhores da Bruxelândia e voltarem a usar um peixinho na lapela.

 

Peixe e pescador

 

Poseidon, o verdadeiro, terá menosprezado os seus súbditos. O mesmo não aconteceu nas religiões antigas onde a imagem do peixe estava simbòlicamente associada ao amor e à fecundidade. Mais tarde, nas civilizações ocidentais, passou a ter um cunho religioso servindo como sinal de identificação e reconhecimento entre os primeiros cristãos que nesta época foram ferozmente perseguidos a mando dos senhores de Roma. Então porque escolheram como símbolo o Peixe? Porque a palavra “PEIXE” em grego é “IKHTHUS” hoje interpretada como um acrónimo de “Iésus Khristos Théos Huios Sóter” que em português significa “Jesus Cristo, filho de Deus, Salvador”.

(Este post foi escrito no passado mês de Novembro quando voltou a circular a notícia de uma “Europa a duas velocidades”)

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Amendoeiras em flor | Almond trees in flower

15 Dezembro, 2011

Finalmente um velho desejo concretizou-se. Já aqui tinha manifestado o meu pesar por nunca ter presenciado o espectáculo das amendoeiras em flor. Mas no passado Inverno fui à região do Douro Superior nos primeiros dias do mês de Março.E não estou arrependido. É realmente a natureza no seu máximo esplendor. Nas zonas onde há maior concentração de amendoeiras a visão das suas copas floridas é deslumbrante.

Amendoeiras em Castelo Melhor

Amendoeiras em Freixo Espada Cinta

Apenas percorri algumas zonas dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo,Vila Nova de Foz Coa e Freixo de Espada à Cinta. Mas tenho a certeza que se estendesse a visita aos concelhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Flor o tempo não seria perdido. No entanto, e fazendo agora uma anotação final sobre o fenómeno que a natureza nos oferece anualmente,fica-se com a sensação que estamos a assistir às representações finais de um espectáculo grandioso e ímpar. Quero com isto dizer que se não houver renovação dos pomares a dimensão da floração irá gradualmente diminuindo e, o que é mais grave para a região, perdendo interesse turístico. Faço a observação mas desejo que esteja enganado.

Flores de Amendoeira

Flores de Amendoeira

Quem esteja perto de Freixo-de-Espada-à-Cinta e goste da ornitologia e da fotografia de aves tem uma paragem obrigatória, o Penedo Durão. Um local de excelência para ver e fotografar aves de grande porte,especialmente necrófagas.Além disso tem um bónus. Uma vista,daquelas de cortar a respiração, sobre o vale do rio Douro. A não perder sob qualquer pretexto.

Grifo no Penedo Durão

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Graciphoto 21

10 Dezembro, 2011

 

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Cabo Verde V | Cape Verde V

1 Dezembro, 2011

No Monte Verde além do pardal também fotografei o Peneireiro-vulgar. Em Portugal esta espécie tem o nome científico de Falco tinnunculus mas o de Cabo Verde, mais precisamente o da ilha de S.Vicente, embora semelhante e com o mesmo comportamento em voo, chama-se Falco neglectus. Nesta ilha também vi, mas não fotografei, Corvos no Monte Verde, duas Codornizes na ribeira do Calhau e uma Águia-pesqueira sobrevoando o porto do Mindelo.

Falco neglectus

Falco neglectus

Na ilha de Santiago a minha presença foi breve o que naturalmente se reflecte no número de fotografias a aves.

Fiz o percurso que vai da povoação de Rui Vaz á Cidade Velha que numa dedicação exclusiva à ornitologia e à fotografia a ela associada daria resultados muito animadores. Mas a pressa era muita e os objectivos díspares.

Mesmo assim consegui fotografar o Falcão característico desta região e que,além de Santiago,só se encontra no Fogo e na Brava. É um falcão também parente do “tinnunculus” mas maior.Cauda maior e peito mais riscado. Na língua inglesa tem o nome de Alexander´s Kestrel ou Great Cape Verde Kestrel.Para os cientistas é o Falco alexandri.

Falco alexandri

Falco alexandri

Neste percurso fora do asfalto também vi Corvos e um bando de Galinhas-do-mato ou Peladas (Numida meleagris). Tal como a codorniz em S. Vicente é uma espécie introduzida.

A ave que mais me cativou pela sua beleza foi o Guarda-rios. Não admira que os cabo-verdianos a tenham eleito Ave Nacional. O nosso Guarda-rios é o Alcedo althis e pertence à família Alcedinidae. O de Cabo Verde pertence á família Halcyonidae e tem o nome científico de Halcyon leucocephala. Designativo da espécie com raíz  grega. De leukós “branco” e kephalo “cabeça”. Ou seja Alcion de cabeça-branca. E é este o nome vulgar que lhe dão os espanhois “Alcion cabeciblanco”. Os franceses e os de língua inglesa fogem um pouco do branco e chamam-lhe, respectivamente, ”Martin-chasseur à tête grise”e “Grey-headed kingfisher”. Com bastante surpresa os naturais de Cabo Verde mandaram tudo isto às malvas e tratam-na carinhosamente por “Passarinha”. Estranho, não é?

A Passarinha embora seja um “Martin-chasseur” ou um kingfisher” não faz vida junto da água. Até é frequente vê-la nos meios urbanos em cima das antenas e dos postes de telefone. A sua alimentação é à base de insectos, frutas e repteis. Embora seja considerada uma ave comum só se encontra nas ilhas do Sotavento ou seja na Maio,  Santiago, Fogo e Brava.

Passarinha

Passarinha

Esta imagem foi captada na Cidade Velha. Sobranceiro a esta zona costeira fica o morro com a Fortaleza de S. Filipe. No final do dia tive a oportunidade de a fotografar em contra-luz.

Fortaleza S.Filipe

Fortaleza S.Filipe