Dois insectos relativamente comuns. O primeiro é pouco visto porque passa muito tempo escondido no interior da madeira dos pinheiros. O seu nome em inglês é sugestivo: Pine borer ou seja Broca (Furador) do pinheiro. A sua designação científica é Chalcophora mariana. Tem uma distribuição que abrange o centro e sul da Europa, e da Sibéria ao Lago Baikal.
Estamos perante a imagem de um coleóptero pertencente à família Buprestidae. No género Chalcophora são conhecidas cerca de vinte espécies. O insecto com o corpo em forma de bala desempenha um importante papel na decomposição da madeira e pode causar grandes estragos nos postes e vedações em madeira de pinho. Os estragos mais graves nos pinheiros não são feitos pelo insecto adulto mas pelas suas larvas. Estas estão activas desde o princípio do Verão até ao Outono e as suas galerias destroem a tubulação nutriente que se situa por baixo da casca vindo a causar a morte do pinheiro. A árvore doente deve ser imediatamente retirada do pinhal e queimada.
O segundo insecto,de cor verde metálico com reflexos avermelhados, é tambèm um coleóptero mas pertencente à família Meloidae. Tem o nome científico de Lytta vesicatoria sendo vulgarmente conhecido por Besouro europeu, Mosca de Espanha ou Cantarida.
O nome Besouro europeu aceita-se embora haja outros coleópteros que podem receber o mesmo designativo. Este habita a Europa, em especial a das zonas quentes, e também a parte leste até à Ásia Central.
Mosca de Espanha, confesso que não entendo porque lhe chamam mosca e não besouro,por exemplo. O termo Cantarida reside no facto do corpo do insecto conter um alcaloide extremamente tóxico,a Cantaridina,que provoca lesões irreparáveis na nossa pele. Portanto, CUIDADO,este besouro pode ser visto e fotografado mas não lhe devemos tocar. A maior parte do seu veneno concentra-se nas asas anteriores conhecidas por élitros.
Antigamente estes eram triturados e moídos para serem vendidos em poções afrodisíacas. O negócio só parou quando se descobriu serem altamente nocivas para a saúde com especial incidência sobre os rins. Na imagem abaixo os élitros são as asas que estão ligeiramente levantadas e que protegem as posteriores, as esbranquiçadas,que permitem ao insecto voar.
A L. vesicatória, cuja fêmea é maior que o macho, é vegetariana alimentando-se de folhas e flores de várias plantas das famílias Amaranthaceae, Asteraceae, Solanaceae e Fabaceae. No caso da imagem o insecto está pousado numa Giesteira-das-serras ou Giesta-amarela (Cytisus striatus), arbusto da família Fabaceae.
A fêmea faz as posturas no solo em grupos de 40 a 50 ovos. As pequenas larvas quando eclodem sobem para a planta hospedeira e logo que surge uma oportunidade agarram-se às abelhas solitárias do género Colletes (por exemplo a Colletes daviesanus) que a visitam para colher nectar e são por elas transportadas para os seus ninhos em buracos no solo. Aqui devoram os ovos e as reservas de mel que a abelha vai transportando. Abandonam o ninho apòs a segunda muda de pele ficando imóveis no exterior, numa fase ninfóide, até à eclosão do imago no ano seguinte.