Para mim, que na Primavera e no Verão quase sempre me desloco para fotografar a partir de Tramagal no concelho de Abrantes,o ano de 2010 foi o da borboleta Aporia crataegi e o de 2012 o da borboleta Brintesia circe. Estas eleições datadas são óbvias consultando o que escrevi sobre a sua presença no Ribatejo. O ano do meio, 2011, também teve uma eleição que contemplou dois insectos que gosto muito de fotografar, as libélulas. Ambas pertencem à ordem Odonata e à sub-ordem Anisoptera.
A primeira é reconhecível mesmo a longa distância dada ter um abdómen comprimido.Claro que me estou a referir à Libellula depressa pertencente à família Libellulidae. Apesar desta facilidade de reconhecimento e de ser considerada bastante comum a verdade é que foi o único ano que a vi por estas paragens. E as duas que fotografei eram ambas machos. A primeira em 13 de Abril de 2011 na ribeira da Lamas,concelho da Chamusca, nas imediações do Casal de S.Gonçalo (UTM: ND 550658). A segunda no PASM, concelho de Constância em 13 de Maio de 2011. Das fêmeas, nem sombra.
A outra libélula pertence à família Aeshnidae. É a Aeshna mixta. Em 27 de Maio de 2011 fotografei um macho e uma fêmea na Cabeça Gorda (UTM: ND 934802) concelho de Mação. É um dos concelhos limítrofes da parte norte do Ribatejo. Os dois exemplares são imaturos. Na Internet visitei vários sítios e não encontrei uma única imagem com idêntica coloração. Suponho que isto se deve ao facto de estas libélulas na fase imatura viverem afastadas da água e nestas circunstâncias serem bastante difíceis de encontrar. Eu encontrei-as por acaso e também por acaso tinha comigo o equipamento fotográfico.
A A. mixta pode ser confundida com a Bachytron pratense. Mas os machos desta têm as asas mais pequenas, o pterostigma comprido e estreito,a base das asas anteriores arredondadas e o abdómen redondo sem qualquer estrangulamento. Além disso são muito penugentos. Por este facto os ingleses os chamam de Hairy hawker. Os machos da A. mixta também podem ser confundidos com os da A. juncea se bem que estes são maiores , o seu triângulo anal só tem duas células e não têm a marca do T amarelo em S2. Esta marca também os distingue dos machos da A. affinis cujo S2 é azul com uma máscara preta.